sexta-feira, 28 de junho de 2013

LER DEVIA SER PROIBIDO

LER DEVIA SER PROIBIDO

"A pensar fundo na questão, eu diria que ler devia ser proibido.

Afinal de contas, ler faz muito mal às pessoas: acorda os homens para realidades impossíveis, tornando-os incapazes de suportar o mundo insosso e ordinário em que vivem. A leitura induz à loucura, desloca o homem do humilde lugar que lhe fora destinado no corpo social. Não me deixam mentir os exemplos de Dom Quixote e Madame Bovary.

O primeiro, coitado, de tanto ler aventuras de cavalheiros que jamais existiram meteu-se pelo mundo afora, a crer-se capaz de reformar o mundo, quilha de ossos que mal sustinha a si e ao pobre Rocinante. Quanto à pobre Emma Bovary, tomou-se esposa inútil para fofocas e bordados, perdendo-se em delírios sobre bailes e amores cortesãos.

Ler realmente não faz bem. A criança que lê pode se tornar um adulto perigoso, inconformado com os problemas do mundo, induzido a crer que tudo pode ser de outra forma. Afinal de contas, a leitura desenvolve um poder incontrolável. Liberta o homem excessivamente. Sem a leitura, ele morreria feliz, ignorante dos grilhões que o encerram.

Sem a leitura, ainda, estaria mais afeito à realidade quotidiana, se dedicaria ao trabalho com afinco, sem procurar enriquecê-la com cabriolas da imaginação.

Sem ler, o homem jamais saberia a extensão do prazer. Não experimentaria nunca o sumo Bem de Aristóteles: o conhecer. Mas para que conhecer se, na maior parte dos casos, o que necessita é apenas executar ordens? Se o que deve, enfim, é fazer o que dele esperam e nada mais?

Ler pode provocar o inesperado. Pode fazer com que o homem crie atalhos para caminhos que devem, necessariamente, ser longos. Ler pode gerar a invenção. Pode estimular a imaginação de forma a levar o ser humano além do que lhe é devido.

Além disso, os livros estimulam o sonho, a imaginação, a fantasia. Nos transportam a paraísos misteriosos, nos fazem enxergar unicórnios azuis e palácios de cristal. Nos fazem acreditar que a vida é mais do que um punhado de pó em movimento. Que há algo a descobrir. Há horizontes para além das montanhas, há estrelas por trás das nuvens.

Estrelas jamais percebidas. É preciso desconfiar desse pendor para o absurdo que nos impede de aceitar nossas realidades cruas.

Não, não dêem mais livros às escolas. Pais, não leiam para os seus filhos, pode levá-los a desenvolver esse gosto pela aventura e pela descoberta que fez do homem um animal diferente. Antes estivesse ainda a passear de quatro patas, sem noção de progresso e civilização, mas tampouco sem conhecer guerras, destruição, violência. Professores, não contem histórias, pode estimular uma curiosidade indesejável em seres que a vida destinou para a repetição e para o trabalho duro.

Ler pode ser um problema, pode gerar seres humanos conscientes demais dos seus direitos políticos em um mundo administrado, onde ser livre não passa de uma ficção sem nenhuma verossimilhança. Seria impossível controlar e organizar a sociedade se todos os seres humanos soubessem o que desejam. Se todos se pusessem a articular bem suas demandas, a fincar sua posição no mundo, a fazer dos discursos os instrumentos de conquista de sua liberdade.

O mundo já vai por um bom caminho. Cada vez mais as pessoas lêem por razões utilitárias: para compreender formulários, contratos, bulas de remédio, projetos, manuais etc. Observem as filas, um dos pequenos cancros da civilização contemporânea. Bastaria um livro para que todos se vissem magicamente transportados para outras dimensões, menos incômodas. E esse o tapete mágico, o pó de pirlim-pim-pim, a máquina do tempo.

Para o homem que lê, não há fronteiras, não há cortes, prisões tampouco. O que é mais subversivo do que a leitura?

É preciso compreender que ler para se enriquecer culturalmente ou para se divertir deve ser um privilégio concedido apenas a alguns, jamais àqueles que desenvolvem trabalhos práticos ou manuais. Seja em filas, em metros, ou no silêncio da alcova. Ler deve ser coisa rara, não para qualquer um.

Afinal de contas, a leitura é um poder, e o poder é para poucos.

Para obedecer não é preciso enxergar, o silêncio é a linguagem da submissão. Para executar ordens, a palavra é inútil.

Além disso, a leitura promove a comunicação de dores e alegrias, tantos outros sentimentos. A leitura é obscena. Expõe o íntimo, torna coletivo o individual e público, o secreto, o próprio. A leitura ameaça os indivíduos, porque os faz identificar sua história a outras histórias. Torna-os capazes de compreender e aceitar o mundo do Outro. Sim, a leitura devia ser proibida.

Ler pode tornar o homem perigosamente humano."

Por Guiomar de Grammont
Trecho do livro, PRADO, J. & CONDINI, P. (Orgs.). A formação do leitor: pontos de vista.


Leia para uma Criança

“O vídeo abaixo é parte de uma ação de campanha nacional de incentivo à leitura realizada pelo programa Itaú Criança da Fundação Itaú Social desde 2005, cujo mote é “Leia para uma Criança”, que já distribuiu gratuitamente mais de 30 milhões de livros em todo o Brasil. O objetivo é sensibilizar os adultos a lerem para as crianças pequenas e, assim, contribuir para a garantia de seus direitos e para seu pleno desenvolvimento.”



Fonte: Brasil que lê

"Ler devia ser proibido"

Campanha de incentivo à leitura idealizada e produzida por alunos do 2ºano - turma pp02/2003 - do curso de Publicidade e Propaganda da UNIFACS. O texto do vídeo é uma adaptação do texto de Guiomar de Grammont.


quarta-feira, 26 de junho de 2013

Entrevista com o grande educador Rubem Alves, assista!

O 3 a 1 entrevista o psicanalista, educador, teólogo e escritor brasileiro Rubem Alves. Ele aborda temas como educação, morte e religião, entre outros. A educação é um assunto de frequente reflexão do escritor que defende a educação da sensibilidade e o processo contínuo de desaprender. "Nossa escola não tem espaço para a educação da sensibilidade, a ensinar a desaprender. Somos prisioneiros do que aprendemos e, enquanto lembrarmos do que aprendemos, estaremos presos. É preciso desaprender", avalia.

O escritor comenta sobre a necessidade de a educação tratar das coisas práticas e cotidianas da vida. "Quero que os alunos aprendam coisas que tenham a ver com a vida. Só que os nossos currículos são chamados de grades curriculares, esse nome horrível. E os professores não se rebelam contra isso", ressalta. O escritor também fala da responsabilidade dos pais no processo educativo. "Os pais são os maiores inimigos da educação porque pensam que a educação serve para preparar as crianças para o vestibular e o mercado de trabalho. Criança é para brincar", explica. Além disso, fala sobre seu processo criativo e sobre a forma que ele escreve: "O que eu quero passar para o meu leitor é o que estou sentindo naquele momento. Se ele se identifica com o que escrevi, se dá a comunhão. Isso é uma felicidade imensa para mim. Não quero ensinar nada, só quero compartilhar as minhas ideias."

Participam da entrevista os escritores e educadores Gabriel Perissé e Rogério de Almeida. A apresentação do 3 a 1 é do jornalista Luiz Carlos Azedo.

Fonte: http://tvbrasil.org.br/3a1

terça-feira, 25 de junho de 2013

Coma este livro


Designer gráfico e fotógrafo polonês Pawel Piotrowski satisfaz nossa fome com seu "Sanduíche Livro", uma deliciosa seleção de projetos deliciosos esculpido e colorido à perfeição!








Que tal fazer uma pós-graduação no exterior? Confira lista de bolsas

Clique sobre o suplemento abaixo para ler todas as informações sobre como ter acesso a bolsas de estudo de pós-graduação.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Quer aprender Francês? é gratuito e você pode!

O Francoclic é o resultado de uma parceria entre Embaixada da França no Brasil e o Ministério brasileiro da Educação. O site possui diversos recursos de acesso livre.

Clique na imagem abaixo.

Francoclic

Escrita: curiosidades e evolução

Pintura rupestre da Pedra do Castelo - Piauí

1. Pictografia - O desenvolvimento na habilidade do desenho surgiu no período de 30.000 a 25.000 a.C., quando a cultura da Antiga Idade da Pedra passou para o estágio do Paleolítico Superior. Os desenhos, de rabiscos feitos com os dedos na argila úmida, evoluíram para formas mais elaboradas, onde passaram a ser utilizadas as cores e a escala para representar grupos, bem como artifícios que davam a ilusão de movimento. Representavam, em sua maioria, animais correndo, saltando, pastando, ruminando ou enfrentando caçadores. Apesar de exprimirem senso estético, supõe-se que não foram produzidos exclusivamente com esse fim, já que existem indícios da prática da magia. Nesses desenhos ou nessas marcas já existe o germe de alguma coisa parecida com um rudimento da escrita, sem, no entanto, constituir um sistema regular de notação da linguagem ou mesmo um ponto de partida histórico da escrita propriamente dita.

Escrita cuneiforme

2. Escrita Cuneiforme - Sistema de escrita que surgiu na Babilônia, em meados do quarto milênio a.C. Consistia na gravação de caracteres, com haste de ponta quadrada, em tabletes de argila úmida posteriormente cozidos ao forno, resultando em incisões em forma de cunha, razão pela qual foi denominada de escrita cuneiforme. Tratava-se inicialmente de um sistema pictográfico que gradualmente se transformou em um conjunto de sinais silábicos e fonéticos onde eram empregados centenas de diferentes sinais. Desse sistema de escrita, no entanto, não se derivou nenhum alfabeto.

hieróglifos cursivos em papiro
3. Hieróglifos - A escrita hieroglífica utilizava imagens para representar objetos concretos e, para representar idéias abstratas, empregava o princípio do rébus, que consistia em decompor as palavras em sons e representar cada som por uma imagem. Como essas imagens eram freqüentemente mal interpretadas, já que o mesmo som era utilizado em várias palavras, foram introduzidos mais dois sinais, sendo um para indicar como elas deveriam ser lidas e outro para lhes dar um sentido geral. Os hieróglifos eram escritos em vários sentidos, da esquerda para a direita, da direita da esquerda ou mesmo de cima para baixo. A colocação das palavras, do ponto de vista gramatical, era sequencial, primeiro o verbo, seguido pelo sujeito e pelos objetos direto e indireto. Além da hieroglífica, os egípcios desenvolveram mais duas formas de escrita:hierática - escrita cursiva utilizada na maior parte dos textos literários, administrativos e jurídicos; demótico - forma simplificada da escrita hierática, utilizada em documentos jurídicos.

Alfabeto Fenício
4. Escrita Alfabética - A escrita, até chegar aos sistemas alfabéticos atualmente utilizados, passou por um longo processo de evolução,com inúmeras mudanças e transformações. Essa evolução foi marcada pelo surgimento do sistema de escrita ideográfica (cuneiforme, hieroglífico e chinês), que foi gradualmente conduzido para o fonetismo, sistema onde as palavras passaram a ser decompostas em unidades sonoras.O fonetismo aproximou, portanto, a escrita de sua função natural que é a de interpretar a língua falada, a língua oral, a língua considerada como som. Dessa forma o sinal se libertaria do objeto e a linguagem readiquiriria a sua verdadeira natureza que é oral. Decompondo o som das palavras, o homem percebeu que ela se reduzia a unidades justapostas, mais ou menos independente umas das outras e nitidamente diferenciáveis. Daí surgiram dois tipos de escrita: a silábica, fundamentada em grupos de sons e a, alfabética, onde cada sinal corresponde a uma letra.A escrita alfabética foi difundida com a criação do alfabeto fenício, constituído por vinte e dois signos que permitiam escrever qualquer palavra. Adotado pelos gregos, esse alfabeto foi aperfeiçoado e ampliado passando a ser composto por vinte e quatro letras, divididas em vogais e consoantes. A partir do alfabeto grego surgiram outros, como o gótico, o etrusco e, finalmente o latino, que com a expansão do Império Romano e o domínio do mundo ocidental, se impôs em todas as suas colônias.

Manuscritos do Mar Morto
5. Manuscritos – Idade Média Manuscrito: documento em pergaminho ou papel; livro escrito a mão. A cópia de manuscritos, nos monastérios da Idade Média, estava incluída entre os principais deveres dos monges, pois era considerada um exercício espiritual, utilizado para aprimorar suas virtudes e realçar seus merecimentos sobrenaturais. Durante a Idade Média o livro era praticamente uma exclusividade da Igreja, todas as grandes abadias possuíam um scriptorium, onde eram confeccionados os manuscritos, desde a preparação do pergaminho até às ilustrações, que tinham fundamental importância, tanto como elemento decorativo como para representar graficamente os textos.Nesse período o rolo foi substituído pelo códex, antepassado medieval do livro atual, feito com texto manuscrito em folhas encartadas, dobradas e costuradas, formando uma espécie de caderno. Esses livros eram confeccionados como verdadeiras obras de arte, as encadernações, assim como as ilustrações, eram executadas por artistas com a utilização de placas de marfim, cobre, prata e ouro maciço com incrustações de pedras preciosas. O formato luxuoso manteve-se por toda a Idade Média, principalmente durante a Renascença Carolíngia ou o Império Otoniano. Manuscritos do Mar Morto constituem a maior descoberta arqueológica do século 20, segundo os estudiosos. Os pergaminhos reúnem os mais antigos documentos bíblicos já encontrados e os textos que descrevem o cotidiano de uma comunidade que há 2 mil anos vivia isolada no deserto de Qumran, em Israel, e cujas práticas foram absorvidas pelo nascente cristianismo. Essas preciosidades poderão ser vistas no Rio de Janeiro e em São Paulo, no segundo semestre de 2004. Exposição Pergaminhos do Mar Morto: um Legado para a Humanidade. Museu Histórico Nacional - Rio de Janeiro de 20 de agosto a 9 de outubro de 2004 Estação Pinacoteca - São Paulo de 29 de outubro de 2004 a 30 de janeiro de 2005.

Fonte de texto: Maria Ribeiro
Imagens: Blog Paleografia no museu, blog remexendo o passado, blog arquelogia bíblica, Nanies Word

sexta-feira, 21 de junho de 2013

As leitoras de Rick Beerhorst

O artista plástico norte-americano Rick Beerhorst é um apaixonado por livros e fica claro em suas pinturas e desenhos. Leitoras compenetradas!

Clique sobre as imagens para ampliá-las.





Fonte: Studio Rick Beerhorst

quarta-feira, 19 de junho de 2013

#Manisfesto - só a #leitura salva!

Nestes tempos de #manifestações, em que a #população vai às ruas reivindicar por um país melhor e mais justo eis que encontro um #manisfesto pela #leitura. #AcordaBrasil


Fonte: Manifesto - Só a leitura salva from Marcos Felipe

"O Príncipe, Nicolau Maquiavel. Documentário GRANDE LIVROS.

"O Príncipe Nicoulau Maquiavel. Documentário GRANDE LIVROS.

O Príncipe é um livro escrito por Nicolau Maquiavel em 1513, cuja primeira edição foi publicada postumamente, em 1532. Trata-se de um dos tratados políticos mais importantes já escritos, e que tem papel crucial na construção do conceito de Estado como modernamente conhecemos. Entre outras coisas, descreve as maneiras de conduzir-se nos negócios públicos internos e externos, e fundamentalmente, como conquistar e manter um principado.



Fonte: Docspot.com

onde comprar > http://www.estantevirtual.com.br/seboolivreiro

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Eu não gosto de ler!

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Pausa na leitura



Pausa. Um ótima ideia.

Marcador de páginas criado para ação de marketing de audiobooks da Penguin Books. 

Breve descrição da agência de criação."As pessoas geralmente usam marcadores para lembrar-se da última página que ler. Então criamos um com o símbolo da 'pause' encontrado em equipamentos de som para lembrá-los graficamente que Pinguim também tem uma série de audiobooks. Estes marcadores foram dadas a cada livro comprado."

Agência: Y&R Singapore, SINGAPORE
Fonte: http://scaryideas.com

Biblioteca pública de Seattle quebra record com efeito dominó

Biblioteca pública de Seattle quebra record com efeito dominó. Muito legal!
O duro é guardar todos os livros utilizados para esta ação, 2130 exemplares.
Também contaram com 27 voluntários e 112 fatias de pizzas, rsrsrs.

Veja o vídeo abaixo.

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